Desde pequeno vejo as propagandas de refrigerante, com pessoas sorrindo, felizes brincando com o mundo.
Hoje tenho osteoporose.
Admiro também aqueles comerciais de sanduíches, que parecem suculentos e saborosos.
Estou obeso, não consigo nem andar, fico deitado o dia todo.
Gostava da adrenalina que tinha naquelas propagandas de cigarro, aventuras, status, juventude.
Se desligarem os aparelhos eu paro de respirar.
E o perfume, que quando a gente passa as mulheres nos avançavam.
Meu armário está cheio de remédios antialérgicos.
A dos carros que parecem ser confortáveis e com alta velocidade.
Ando em uma cadeira de rodas, esqueci de ver o comunicado de Recal nos freios.
Empréstimos facilitados, está é a mensagem que os grandes bancos nos traz.
Se eu chamar minha mulher de bem, o banco me toma, pelo tanto que estou devendo.
